É característica dos quatro longas anteriores de Trapero, entre eles "Família Rodante" e "Nascido e Criado", retratar personagens que "tentam organizar suas vidas nas condições em que lhes é dado viver, procurando criar um ambiente harmônico no meio do caos", conforme aponta o cineasta.O "caos" de Julia corresponde à rotina da ala materna da prisão onde seu filho nasce e tem o "direito" de viver e estudar até os quatro anos de idade, segundo a legislação argentina. A estréia do filme no país vizinho suscitou debate em torno da lei. "Achei que encarcerar crianças fosse um invento nosso, mas descobri que é assim em muitos países além da Argentina", comentou Trapero.
O título do filme é referência às áreas de trânsito, chamadas "leoneras", onde as prisioneiras aguardam, antes de deixar a carceragem, para dar depoimentos ou cumprir outras determinações da Justiça.Para Trapero, ele representa também a "transição" que ocorre na vida de Julia nos cinco anos em que o filme acompanha a personagem. "Acho que o filme postula que, seja lá o que for por que se passe na vida, é preciso seguir em frente.
O que nos faz seguir em frente é o amor. No caso de Julia, é o amor por seu filho Tomás", afirma Gusmán.O desempenho da atriz como Julia cativou a crítica no Festival de Cannes, em que "Leonera" competiu, em maio passado. Muitos a apontaram como favorita na disputa entre intérpretes femininas, vencida pela brasileira Sandra Corvelloni, por "Linha de Passe", de Walter Salles e Daniela Thomas.
Fonte: Bol
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