segunda-feira, 17 de novembro de 2008

SPFW " Brasileirismos"

Brasileirismos

“Há quem diga que somos o país do futuro.
Há quem diga que somos o país do futebol.
Há quem diga que somos o país da gandaia, das festas, do carnaval, dos afetos.
O país do ôba-ôba, do jeitinho, da simpatia.
Há quem diga que somos o país da diversidade e das misturas.
Há quem diga que somos o país da caipirinha e do êxtase.
O país das bossas, da liberdade e da libertinagem.
O país da floresta, a salvação do mundo.
O país do Pelé e dos Ronaldinhos, da Carmen Miranda e
do Zé Carioca, do Caetano e dos Gilbertos e das Giseles.
O país de Ipanema, Iara, moqueca, Iracema e jacarandá.
Do babaçu, da brancarana e das fulôs.
Da prosa e do biquíni.”
(Graça Cabral)

O Brasil é reconhecido mundialmente por sua diversidade cultural e racial, e pela felicidade intangível, representada em suas várias manifestações e celebrações. A moda faz parte deste ícone de brasilidade, como um pilar na construção de nossa identidade. A alegria e o humor presentes nessas manifestações refletem mais do que uma característica do povo brasileiro, mas um potencial criativo que, muitas vezes, deixa sua marca nas passarelas.
A 26ª edição da SPFW (Inverno 09 - 18 a 23 de janeiro) irá celebrar os Brasileirismos, representados pela leveza e pela felicidade que povoam o imaginário do brasileiro, e sua relação única com o mundo que o cerca. Celebraremos também o centenário de nascimento da grande pequena notável, um dos primeiros ícones internacionais do Brasileirismo, em uma exposição especial com peças do acervo do Museu Carmen Miranda.

“Antes de se tornar a falsa baiana internacional, bem antes de ascender ao posto de deusa do camp (e de fato aquela imagem de um infinito de bananas partindo do topo de sua cabeça que Busby Berkley, com sua tendência de produzir visões de êxtase místico, criou, é a confirmação de sua divindade), Carmen Miranda tinha deixado no Brasil o registro abundante da sua particular reinvenção do samba.


A agilidade da dicção e o senso de humor jogado no ritmo são a marca de uma mente esperta com que descobriríamos que tínhamos muito o que aprender.Na época de Carmen bastava fazer um barulho percussivo que fosse facilmente reconhecido como latino e negróide. Mas ela (...) representou o pioneirismo de uma história que ainda se desenrola e hoje parece mais fascinante do que nunca: a história das relações da música muito rica de um país muito pobre com músicos e ouvintes de todo o mundo.”
Caetano Veloso in “ O Mundo Não É Chato”, Companhia das Letras, 2005.
Fonte: Blog SPFW

Nenhum comentário:

Postar um comentário